HINO CINQUENTENÁRIO

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

LUTO: Eduardo Campos faleceu na mesma data que seu avô Miguel Arraes após 9 anos

A REPERCUSSÃO DA MORTE DE EDUARDO CAMPOS CANDIDATO À PRESIDÊNCIA MORREU NESTA QUARTA-FEIRA EM ACIDENTE AÉREO NO LITORAL PAULISTA Morreu nesta quarta-feira (13/08), o candidato à presidência do PSB, Eduardo Campos, aos 49 anos. Ele estava em uma aeronave que caiu no bairro do Boqueirão, em Santos. Políticos comentaram a morte. A presidente Dilma Rousseff decidiu suspender atividades de campanha por três dias ao ser informada da morte. A informação foi passada há pouco pelo comitê de campanha da presidente. Segundo a assessoria, na haverá atividades nós próximos três dias em Brasília e nenhum outro Estado. A presidente não deve comparecer nesta noite à entrevista programada para o Jornal Nacional, da TV Globo. A candidata a vice Marina Silva estava em São Paulo, gravando o programa eleitoral do PSB, mas deve seguir para Santos para acompanhar o resgate, juntamente com o candidato a vice-governador Márcio França e outros membros da campanha. A secretária executiva da Rede Sustentabilidade, Cali Balbino, informou que ela está bastante abalada com o acidente. "Ela está tentando se recuperar do choque e, no decorrer do dia, vamos ver o que fazer. Mais tarde, poderemos dar mais detalhes", disse. SAIBA MAIS Campos convidou Marina Silva para voar em jatinho Imprensa internacional repercute morte de Eduardo Campos Dilma lamenta morte de Campos em nota Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência, cancelou nesta tarde toda a agenda do dia no Rio Grande do Norte e também os compromissos que estavam previstos em Patos, na Paraíba. Assim que seu avião aterrissou em Natal, Aécio recebeu as informações sobre o acidente envolvendo a aeronave de Campos e desceu para dar uma declaração à imprensa. "Estamos todos absolutamente perplexos com as notícias envolvendo o candidato e meu amigo Eduardo Campos. Estamos cancelando toda nossa agenda no Rio Grande do Norte e as outras que teríamos", afirmou Aécio. "Esperamos que as notícias que venham possam ser melhores que as iniciais. Neste momento, não há nada a fazer a não ser rezar e aguardar as informações oficiais, esperando e rezando todos para que as notícias sejam positivas", afirmou Aécio, que ainda não tinha no momento notícias da confirmação da morte de Campos. O candidato do PSDB retornou à aeronave e seguiu para São Paulo. O candidato do PSC à Presidência, Pastor Everaldo, lamentou a morte do seu adversário na corrida eleitoral dizendo que perdeu um amigo. Em nota, Pastor Everaldo afirmou que Campos era um homem de bem, pai de família e um cidadão que teria muito a contribuir com a democracia brasileira. "Estive com ele na semana passada e pude perceber o comprometimento dele com o país. Meus pêsames à família, aos amigos e que Deus conforte a todos." Empresários "Era um cara muito importante", afirmou a Época NEGÓCIOS, Guilherme Leal, da Natura, que foi vice-presidente de Marina Silva na campanha de 2010. "Mas é difícil dizer o que acontece agora, porque a situação é muito bizarra. Estamos todos muito abalados." O presidente executivo do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, disse que a instituição recebeu com muita tristeza a notícia sobre o falecimento de Campos. "Neste momento de profundo pesar, nos solidarizamos com seus familiares e amigos. Perdem muito também o Brasil e a democracia brasileira", afirmou ele. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, classificou como "uma perda forte para a política nacional" a morte do candidato. Moan, que participa do 24º Congresso da Fenabrave, em Curitiba (PR), disse que Campos era "um político nato, uma pessoa que negociava e costurava com habilidade". Moan lembrou que conheceu Campos quando ele ainda era secretário da Fazenda em Pernambuco e que teve vários contatos com o político quando ele fora ministro da Ciência e Tecnologia e governador pernambucano. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, também lamentou a morte de Campos. Com lágrimas nos olhos, o empresário afirmou que a perda do pessebista é "praticamente inaceitável". "Era um símbolo de líder jovem com competência. Era a esperança para o futuro, mesmo que não se elegesse hoje", afirmou. Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, afirmou em nota: “Neste momento de triste surpresa e estupefação na sociedade brasileira, dirigimos nossa solidariedade à família do ex-governador Eduardo Henrique Accioly Campos. Brasileiro admirado em todo o país, deixa uma trajetória política vitoriosa e marcada pela competência administrativa. Sua perda, aos 49 anos de idade, é uma perda para todo o Brasil, que sabia poder contar com ele com representante legítimo de uma nova geração de dirigentes nacionais.” O presidente da Novartis Brasil, Adib Jacob, que está construindo uma fábrica em Jaboatão dos Guararapes (PE), classificou o acidente como "uma grande tragédia". "Eu, como um brasileiro, aprendi a admirá-lo, por ser um gestor público que trazia uma veia administrativa. Campos trazia uma visão moderna de gestão e novos investimentos à Pernambuco. Era uma liderança política que despontava; ganhando ou não a eleição, seria uma pessoa pública extremamente relevante para o Brasil." Políticos Em pronunciamento à imprensa, o governador de Pernambuco, João Soares Lyra Neto, disse que perdeu "o amigo, grande líder político que ele se tornou". "Convivi intensamente com ele nos últimos 15 anos — desde o tempo que ele era secretário do Miguel Arraes. Construimos uma amizade de muita cumplicidade, divergência. Lamento o trágico acidente, mas que a vida dele sirva de exemplo para todos nós: de muita solidariedade, coragem e compromisso com povo pernambucano e brasileiro. É um dia de muita tristeza." "Nós estamos chocados", disse o deputado federal Beto Albuquerque (PSB). "Não esperávamos nunca um acontecimento desta natureza. Nem sabemos ainda das reais causas, mas temos a triste informação de que perdemos nosso grande timoneiro nesse processo eleitoral." Ele estava acompanhando o candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, em coletiva de imprensa na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do RS (Federasul), quando ficou sabendo do acidente. Assim que recebeu uma ligação com a notícia, o deputado começou a chorar e ficou cerca de 30 minutos reunido com os demais políticos presentes antes de falar com a imprensa. O senador Eduardo Suplicy (PT/SP) disse a Época NEGÓCIOS que "é de se esperar que o PSB e Rede considerem a hipótese de Marina sair comon candidata à presidência". O candidato ao governo do Estado de São Paulo, Alexandre Padilha (PT), lamentou a notícia sobre o falecimento. "Infelizmente acabei de ser avisado. É uma tragédia" disse, ao fazer uma visita de campanha em um hospital na Penha, zona leste de São Paulo. "O ex-governador Eduardo Campos foi meu colega durante o governo do presidente Lula, conheço a esposa, os filhos, vou suspender qualquer outra agenda", disse. "Temos que dar conforto à família." Padilha destacou a passagem de Campos pelo governo do ex-presidente Lula. "Quando eu fui ministro da coordenação política acompanhei [Campos] desde o início", diz. "É uma tragédia e grande perda para nós. É um político de uma nova geração, da minha geração." O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua agenda dos próximos dias e por tempo indeterminado ao saber da morte do ex-governador Eduardo Campos (PSB), informou a assessoria do ex-presidente. Não há previsão de nenhuma declaração de Lula, mas ele deve soltar uma nota de pesar. Lula está em São Paulo e não deve ir para Santos. O ex-presidente ficou bastante chocado com a notícia, já que os dois eram amigos. Em nota, o PSB declarou luto pela morte do presidente da sigla. A mensagem, assinada pelo vice-presidente do partido, Roberto Amaral, diz que o Brasil perde "um jovem e promissor estadista" e que o país precisava de seu "destemor", "patriotismo" e "competência". "No dia em que são passados nove anos do falecimento de Miguel Arraes, o Partido Socialista Brasileiro cumpre o doloroso dever de comunicar o falecimento, nesta data, vítima de acidente aéreo, do seu presidente, ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, nosso candidato à Presidência da República", diz Amaral no início da nota. O dirigente lembra que Campos completou no último domingo 49 anos e que vivia "o auge de sua brilhante carreira política". "Candidato à Presidência da República, apresentou-se ao debate de nossas questões fundamentais, coerente com os princípios que sempre nortearem sua vida, e o primeiro deles era a busca por justiça social, razão de existência do Partido Socialista Brasileiro", enfatiza o texto. O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu decretar luto oficial de três dias no Congresso. Para o peemedebista, a tragédia deixa o Brasil "chocado e surpreso". "O país sofre a dor coletiva da perda de uma das mais promissoras lideranças da política brasileira", afirmou.

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