Veja a baixo o relato de uma eleitora de Paulo Câmara assistindo a um comício em que João Campos usa o microfone pela primeira vez.
Tive um final de semana longo de trabalho. Acompanhei Raul Henry por 11 municípios. Poderia ter sido mais um, dentre os muitos finais de semana agitados, comuns aos períodos eleitorais. Mas o que passou deixou em mim um sentimento diferente: a sensação de ter testemunhado um momento histórico. Se a simples presença dos filhos de Eduardo Campos já vinha causando reboliço em eventos de Paulo Câmara, a ida de João Campos ao Agreste Meridional com Raul deu o que falar. Além de tirar milhares de fotos com admiradores, que se espremiam para chegar perto dele, como se ele fosse um “artista de cinema”, João mostrou que tem a política no sangue ao discursar. Emocionou a todos quando, pela primeira vez, saiu dos bastidores para o centro do palanque. Microfone na mão, com uma tranquilidade pouco comum a quem estreia como protagonista, ele agradeceu “o apoio que os pernambucanos deram à sua família para suportar a dor da perda de seu pai”. Por onde passamos, o silêncio era questão de ordem na hora dele falar. A atenção era total. E, à medida em que falava, o menino de apenas 20 anos, transformava-se num gigante em meio à multidão. Com a voz impostada e o dedo em riste, como seu pai costumava fazer ao discursar, ele bradava: “Enquanto eu estiver vivo e essa Frente estiver unida, a bandeira do meu pai nunca ficará a meio mastro. Não deixaremos seu sonho morrer”. Muitas pessoas não seguraram a emoção e choraram. Eu mesma me emocionei por diversas vezes, ao olhar, do canto do palanque, a reação das pessoas diante dele. Apesar de ouvi-lo dizer que Eduardo não deixou uma herança, mas um legado, não tenho dúvidas de que João Campos herdou a veia política de seu pai. Para mim foi um privilégio ter vivido este momento de perto, e ver o quão simples, cordial, carismático e predestinado é João Campos. Esse menino ainda vai dar o que falar.
Karina Bernardes
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